O fruto do Espírito
Sempre que a Bíblia fala das obras da carne, as ações de natureza humana, ela utiliza o plural. Mas, quando fala do fruto do Espírito, de natureza divina, utiliza o singular; não é estranho? Vamos procurar compreender isso. Assim está escrito:
Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Gl 5:19-23
A nossa maravilhosa língua portuguesa esclarece isso muito bem: Porque é um fruto único, é sempre o mesmo fruto em seus vários estágios no processo de amadurecimento. Vamos analisar cada um deles:
– Amor: Deus me ama, e eu tomo consciência disso, porque Deus é amor e Deus é espírito; e tudo começa com ele, com o Espírito de Deus. Jo 4:24 1Jo 4:8
– Alegria: Eu me alegro com esse amor de Deus.
– Paz: Eu fico em paz com Deus, e busco a paz com os outros.
– Paciência: Na busca da paz com os outros, a paciência é necessária porque encontro a natureza humana do outro que tem uma tendência natural para a maldade, assim como eu. E também porque já sei que quem faz o mal não sabe o que está fazendo.
– Amabilidade: Também chamada de Benignidade. Pode-se conviver com uma enfermidade benigna porque ela não mata. Gosto do exemplo das ostras: quando não conseguem expelir um grão de areia que penetra no seu corpo e a incomoda, ela o envolver com uma camada bem lisinha, e produz uma pérola que fica dentro dela. Neste estágio já não devolvo o mal, mas ainda não faço o bem.
– Bondade: É o estágio em que pago o mal recebido com o bem não merecido; é quando a ostra devolve a pérola para o mundo. Porque é a bondade que conduz ao arrependimento.
– Fidelidade: É uma fidelidade ao processo de amadurecimento. Eu continuo praticando a bondade, mesmo recebendo a maldade dos outros.
– Mansidão: Esse processo vai me amansando, porque já tomei consciência que os mansos herdarão a terra.
– Domínio próprio: É o fruto maduro, na estatura do varão perfeito que não tropeça no falar e pode alimentar as nações. Porque a língua é indomável, ela incendeia todo o curso da existência humana e ela mesma é incendiada pelo inferno. Tg 3:6-8
Em que estágio eu me encontro, ou estou tropeçando?
Por ouro lado, o fruto pode não amadurecer se permanecer com as feridas abertas e não permitir a necessária renovação divina. E pode também apodrecer, quando passa do ponto. Veja estes alertas do Rei Salomão, o homem que mais recebeu sabedoria da parte de Deus:
– Não sejas demasiadamente justo, nem exageradamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo? Ec 7:16
– Tudo isto experimentei pela sabedoria; e disse: tornar-me-ei sábio, mas a sabedoria estava longe de mim. Ec 7:23
Cabe lembrar que o fruto é resultado da ação de Deus quando nós cooperamos, porque Jesus disse, falando da árvore da vida: Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim. Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma. Jo 15:4-5
O apóstolo Paulo esclarece a necessidade da ação divina: ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor, pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele. Fp 2:12-13
E assim ele explica sobre os dons do Espírito: Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, conforme quer. 1Co 12:11
E em outro lugar fala da vontade de Deus para nós, de uma transformação pela renovação da nossa mente, para podermos experimentar e comprovar a sua boa, perfeita e agradável vontade. E esclarece detalhadamente: Rm 12:1-2 1Ts 5:16-22
– Alegrem-se sempre
– Conversem com Deus, para ouvir o Espírito
– Expresse a sua gratidão em toda e qualquer situação
– Não atrapalhe a ação do Espírito Santo
– Não despreze as profecias
– Examine tudo e fique com o que é bom
– Afaste-se de toda a forma de mal
Porque quando agradecemos, quando expressamos a gratidão, o Espírito Santo começa a operar através de nós. Assim, como cooperadores, o nosso esforço deve ser somente contemplar o seu agir por meio de nós sem atrapalhar, para não interromper a obra dele. Pois necessitamos de Deus para reverter nossa tendência natural para o mal e podermos escolher o que é bom. Então, expressar a gratidão é louvar. E muitas vezes fazer isso é um verdadeiro sacrifício de louvor. Depois, contemplar o seu agir, através de nós, é adorar em espírito e em verdade. Jo 4:23-24
A história e a obra de Jesus Cristo contêm dois evangelhos: o de Jesus Cristo e o do apóstolo Paulo. Ambos ensinaram muitas coisas, mas pregaram evangelhos diferentes, e são evangelhos complementares. Resumidamente, a Bíblia registra isso assim:
– Em princípio, Jesus Cristo anunciou o Evangelho do Reino de Deus que se completou com o envio do Espírito Santo, após a sua ressurreição.
– Na sequência, o apóstolo Paulo anunciou o Evangelho de Cristo, dando continuidade ao evangelho do Reino de Deus, e trata da ação do Espírito Santo para que Cristo seja formado em nós. Gl 4:19
Jesus já havia dito isso, assim: No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. Jo 4:23-24
O Espírito Santo é necessário e suficiente, porque com ele Cristo pode ser formado em nós; portanto, em última instância, o fruto do Espírito é Cristo… em nós!
HAJA LUZ! PAZ! AMÉM!
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