Introdução
Esta é uma obra incompleta e inacabada, assim como nós hoje.
Ela será concluída pela plenitude daquele que enche todas as coisas, em toda e qualquer circunstância.
Até lá, cabe acrescentar aqui as percepções de cada um, e tirar as suas próprias conclusões.
Necessidades e Desejos
É precioso perceber as diferenças entre as nossas necessidades e os nossos desejos.
Temos feito muita confusão entre um e outro, e sofremos por isso.
As nossas necessidades são limitadas, mas os nossos desejos não têm fim.
Desejamos sempre o que ainda não temos; porque quando temos não desejamos mais.
Necessidade é tudo aquilo cuja falta inviabiliza a nossa existência; desejo é tudo o que queremos mas que não é necessário.
O desejo inviabiliza tanto a nossa felicidade quanto a bem-aventurança, lembrando que a felicidade é a satisfação decorrente de fatores externos e a bem-aventurança de fatores internos.
Por falta de uma reflexão mais profunda, estamos transformando desejos em necessidades e nos angustiamos com a busca dessa satisfação insaciável.
Como nasceu o desejo?
Como o desejo entrou no mundo? Como o desejo se reproduz? (Por favor, não estranhe a linguagem)
No Jardim do Éden, Adão e Eva tinham todas as suas necessidades plenamente supridas, e viviam muito bem; absolutamente nada lhes faltava.
Até que Eva deu ouvidos à serpente… Então, ela olha para a árvore do conhecimento do bem e do mal, e o texto diz assim: (Gn 3)
Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o…
E todos nós conhecemos as consequências deste primeiro desejo humano.
O que produziu esse desejo?
Logo depois que Caim e Abel fizeram as suas ofertas ao Senhor, temos este diálogo entre o Senhor e Caim: (Gn 4)
O Senhor disse a Caim: Por que você está furioso? Por que se transtornou o seu rosto?
Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo.
Da leitura deste trecho podemos deduzimos que:
– O pecado é a origem dos desejos humanos
– O pecado deseja nos conquistar, através do desejo, mas nós devemos dominar sobre o pecado
– Este tipo de desejo é sempre contra nós
Como o desejo se reproduz?
Esta pode ser uma firmação forte, controversa, e estranha. Mas, vamos avançar até o apóstolo Paulo, um homem cheio do Espírito Santo, e ver como ele fala deste assunto: (Rm 7)
Mas o pecado produziu em mim todo tipo de desejo cobiçoso…
… para que o pecado se mostrasse como pecado, ele … se mostrasse extremamente pecaminoso… fui vendido como escravo ao pecado.
E as confusões que isso provoca: (Ele continua…)
Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio.
…
Neste caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim.
Sei que nada de bom habita em mim… Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo.
Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo.
Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim.
Uma conclusão
Eva foi enganada ao desejar algo que ela já tinha, a sua semelhança com o Criador.
Assim o pecado entrou no mundo, produzindo em nós todo tipo de desejo, e nos mantendo como escravos dos nossos desejos.
Mas o pecado continua nos aprisionando através de enganos dos desejos humanos, especialmente por continuarmos desejando aquilo que já foi disponibilizado por Jesus para todos nós.
Ao enviar sobre nós o Espírito Santo, Jesus restaurou essa condição de liberdade para nós, mediante sua graça, que tirou a força do pecado.
Ele nos deu a liberdade de escolher não mais buscar satisfazer os nossos ardentes desejos, que têm força para nos escravizar.
A salvação
Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte.
Existe um outro tipo de desejo, de outra origem
Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade.
Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração.
Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará.
Haja luz!
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