Recentemente, convidei um amigo querido para tomar um café. Eu estava triste e confuso a respeito de algumas questões pessoais, e gostaria de conversar com ele. Quando nos encontramos e começamos a conversar sobre as generalidades comuns entre amigos de longa data, reparei que ele em momento algum deu o menor sinal de perceber a minha momentânea confusão. Terminamos o nosso café e saímos sem abordar o assunto que tinha me levado até ele.
Depois, refletindo sobre aquele encontro e o seu resultado, ficou muito claro para mim a liberdade do meu amigo para ser simplesmente um amigo, sem questionamentos. Provavelmente ele percebeu a situação, e deixou de lado a vontade de perguntar porque, se eu quisesse falar, ele estava ali para ouvir; o querer dele era menos importante que o seu respeito para comigo.
Continuando a reflexão, percebi:
Quando eu deixo de lado o meu querer, a minha vontade, sou verdadeiramente livre! Descobri que eu posso querer qualquer coisa, sem preocupação com o certo ou errado, ou com o que eu mesmo ou os outros vão pensar sobre os meus atos, ou sobre o meu querer. Exatamente por isso, porque eu posso querer, sem me preocupar com absolutamente nada ou ninguém, é que eu sou livre para escolher fazer ou não fazer, para querer ou não querer.
Eu amo as Escrituras Sagradas, e elas revelam que a minha vontade, o meu querer, luta contra o Espírito que habita em mim e que me guia, ou pode me guiar, se eu permitir, a toda a verdade; verdade esta que está escondida atrás das nuvens dos meus próprios pensamentos.
Ser guiado pelo Espírito é ouvir e dar ouvidos à voz do próprio Criador de todos os seres humanos, é o que me permite sair desta nuvem e enxergar a realidade mais claramente. Acredito que Ele fala com cada um de nós, e precisamos aprender como despertar nossa sensibilidade à sua voz. Ele nos fala de diversas formas, podendo ser através de pessoas ou situações, como este encontro com o meu amigo, de sonhos, visões, ou simples e diretamente na nossa consciência.
Quem é guiado pelo Espírito não está sujeito à escravidão da lei, quer seja da Lei de Deus, quer seja da lei dos Homens, quer seja das Tradições, Sociais ou Religiosas. Na nossa sociedade, essas tradições nos foram transmitidas inicialmente pelos nossos pais, pelas escolas e pelas igrejas, e agora também pelas diversas Mídias Sociais. Percebo que o nosso maior desafio diante da avalanche de informações, recebidas a todo instante, é nos conectarmos e mantermos a conexão com o Divino que existe em cada um de nós.
Uma dica que talvez possa ajudar é começar a aceitar tudo o que vem até nós como algo bom, sem qualquer julgamento ou condenação, apenas observando com o sentimento de gratidão, ainda que este não seja claramente definido nas situações. Esta atitude permite receber coisas novas, externas ao nosso pensamento, e isto sim muda o mundo ainda que seja apenas o nosso mundo, o seu e o meu.
Amém!
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Meu lema atual é “ melhor ter paz do que ter razão “